6 de fev. de 2008

No caixa eletrônico

É tarde da noite, a casa cheia. Churrasco de família. Coisas rotineiras e maçantes a fazer. Alguém precisa ir buscar gelo pra cerveja, carvão pro churrasco. Ninguém se oferece. Vamos nós. Pelo menos alguns minutos de privacidade. No caminho, a idéia. “Pára”, eu digo. Ele pára. Caixa eletrônico. Ninguém por perto. Ninguém. Só nós. O ar condicionado vem bem a calhar. Eu transpiro, ele também. Temos que ser rápidos. Gosto do risco, mas não quero público. A câmera interna não alcança minha saia. Um segundo que vale uma eternidade, só pro corpo se recompor. Um beijo, lento e cúmplice. Compramos tudo, voltamos pra festa. Disseram que voltamos rápido. Que podíamos ter aproveitado a saída. Nós nos olhamos e rimos.