15 de fev. de 2010

Trindade


Depois de muito pensar (não deveria ter pensado), finalmente realiza sua fantasia de transar com dois homens ao mesmo tempo. Tem tesão pelos dois, não ama nenhum. Ótimo! O cenário é a casa de praia de um deles. O combustível pretendido, vinho. Mas desiste. Vinho sempre a deixa com dor de cabeça, com a língua preta e com um hálito não muito agradável. Todos concordam em trocar pela boa e velha cerveja. Vão caminhar pela praia, no fim da tarde de sábado, pra tentar aliviar a tensão que se instalou. A noite cai e a pouca resistência inicial também. Voltam para a casa totalmente no clima. É algo que ela jamais sentiu antes. Como se fosse se incendiar ali mesmo. Lembra de Camões: "é fogo que arde sem se ver". Mas porra, isso não tem nada a ver com amor. É muito maior. É muito melhor! O tempo passa e os três nem percebem, envolvidos. Bocas, línguas, pernas e braços. Entrelaçados. Extasiados. Depois de horas, ela levanta pra buscar mais cerveja. A noite quente pede. Ao voltar, uma surpresa. Sua fantasia foi estragada, mas ela não entende muito o porquê. Os dois estão se pegando. Sem ela. Se fosse o contrário, duas garotas se divertindo sozinhas, o cara provavelmente curtiria, participaria do jogo. Mas ela não consegue. Em silêncio, pega suas coisas e pega a estrada de volta.

Madah