12 de dez. de 2008

Fast Food

A campainha toca insistente e incessantemente há 15 minutos. Ele caminha com ar contrariado em direção à porta. Olha pelo olho mágico. É ela. Que anda de um lado para o outro, aparentando uma ansiedade e impaciência incomuns. Ele abre.
- Porque demorou tanto?! Diz ela ao passar rapidamente por ele e entrar na sala.
- Você viu a luz acesa. Sabia que eu estava...
- Você e essas merdas de fotos... – interrompe ela, secamente.
- Ele viajou?
- Hoje de manhã. – diz ela, ao sentar-se no sofá e tirar apressadamente o casaco.
- O que vc quer?
- Você sabe...
Ele fecha a porta e aproxima-se, olhando pra ela com um certo desdém. Senta-se e acende um cigarro. Olha pra ela fixamente sem dizer nada.
- Eu queria...
Ele, com um gesto, a interrompe. Aproxima-se vagarosamente, coloca o cigarro no cinzeiro e pára em pé bem na cara dela. Ela não se controla. Chupa com muita vontade, como se não o fizesse há muito tempo. Ele revira os olhos e antes do cigarro acabar já inundou sua boca. Ela engole tudo. Sorri, se recompõe e em vinte segundos já está na porta, pronta para trabalhar.

6 de dez. de 2008

Viagem de fim de semana

"Trânsito seguindo bem nas rodovias". É o que informa a voz suave, no rádio. Ela sabe que sim. Sente o carro 1.8 deslizar nas estradas. Pena que não pode, ao mesmo tempo, observar a paisagem. Mas afinal, não se pode ter tudo. A posição é extremamente desconfortável, mas ainda assim, vale a pena. Em sua boca, nesse momento, algo que lhe dá infinitamente mais prazer que a paisagem. E o fim de semana está apenas começando